Tinha uma mania de achar que existia o dia certo pra tudo. Domingo era dia de pizza e cerveja, e segunda trabalhar cansada, quarta-feira trabalhar animada porque no fim do dia tinha cinema barato, quinta-feira casa, sexta sinuca com amigos e sábado qualquer coisa bem animada. Acho que me esqueci da terça, mas lembro que esse era o dia da preguiça, de não fazer nada. Comprometia-me a estudar um bocado todos os dias, mas nem sempre isso acontecia. Tolice a minha achar que poderia programar tudo. Meu maior medo era a rotina, às vezes trocava os dias, substituía as “atividades” e estava tudo bem. Hoje, domingo, preferi o silêncio, escolhi fazer minhas leituras e não comentá-las, escrevi bobagens e não as mostrei a ninguém. Li só pra mim, escrevi só pra mim, não desperdicei meu tempo compartilhando meus sentimentos com quem não importa. Hoje preferi ficar sozinha, falei pouco, quase nada. Escolhi não atender ao telefone, muito menos ligar para alguém. Hoje eu escolhi o silêncio. O silêncio que tanto gosto e preciso (mas isso é assunto pra uma próxima vez). ”Eu procurei perguntas e inventei respostas para mim mesma”. Hoje eu sinto que estou mais ligada aos pormenores, às entrelinhas, ao que ficou por ser dito, aos olhares, aos gestos. Eu gosto disso. Não terei medo de preferir ser assim para sempre. Mas, amanhã é outro dia...